100 anos: Pedro da Silveira

Vamos erguer um poema por ilha.

Este ano celebramos o centenário do nascimento de Pedro da Silveira, uma merecida homenagem açoriana a um dos seus maiores escritores do século XX.

Foi criado um movimento, por um grupo de cidadãos, cuja intenção é instalar em todas as ilhas dos Açores uma placa com um poema de Pedro da Silveira alusivo a esse lugar, seguido da sua tradução em língua inglesa.

Apoie esta campanha aqui: https://ppl.pt/causas/pedrodasilveira

Que cada apoiante seja, ele próprio, um promotor desta iniciativa, convidando amigos e conhecidos a contribuírem para esta causa.

A selecção dos poemas foi feita a partir da escolha de Urbano Bettencourt, responsável pela edição da obra poética, com o título Fui ao Mar Buscar Laranjas.

Este movimento conta com o apoio do Arquipélago de Escritores e do Instituto Açoriano de Cultura, editor de Pedro da Silveira.

A produção da primeira placa-poema foi totalmente apoiada pela comunidade, a partir de donativos.

A primeira ilha contemplada será Santa Maria, a 28 de Maio, na Ponta da Malmerenda, e conta também com o apoio do Município de Vila do Porto.

Haverá uma sessão celebrativa com comunicações das entidades envolvidas, incluindo a Câmara Municipal das Lajes das Flores, seguidas de intervenções de Urbano Bettencourt, Vasco Rosa, Carlos Bessa e Nuno Costa Santos.

Quem foi Pedro da Silveira?

Pedro da Silveira nasceu a 5 de Setembro de 1922, na Fajã Grande da ilha das Flores, o que lhe permitia ser designado como «o mais ocidental poeta da Europa».

No início dos anos 40 do século passado, encontramo-lo por Angra e em Ponta Delgada, cidade onde desenvolveu intensa atividade cultural e jornalística, especialmente no jornal A Ilha. Em 1951 fixou-se definitivamente em Lisboa, onde faleceu em 2003.

Preparou, em vida, a edição da sua poesia completa, reunida sob o título Fui ao Mar Buscar Laranjas, de que apenas publicou o volume 1, tendo o Instituto Açoriano de Cultura, num trabalho de Urbano Bettencourt, publicado os livros em falta, acrescido de um livro inédito e de alguns poemas dispersos.

Além de poeta, foi investigador histórico e literário, etnógrafo e tradutor. É dele uma tradução de Dom Quixote de Miguel de Cervantes, mas o seu maior trabalho neste campo consiste na antologia de poetas do mundo inteiro a que chamou Mesa de Amigos (2.ª ed. 2002). O verbete «Açores» no Grande Dicionário de Literatura Portuguesa e de Teoria Literária, de João José Cochofel e, principalmente, a sua Antologia de Poesia Açoriana do século XVIII a 1975 (1977) constituem dois exemplos maiores da sua investigação histórico-literária.

Pedro da Silveira trabalhou por mais de duas décadas na Biblioteca Nacional, colaborou na Enciclopédia Açoriana e em publicações de instituições culturais da Região.

Sobre as comemorações do Centenário:

O Arquipélago de Escritores fez uma seleção de cem excertos de poemas que serão colocados em espaços públicos, em todas as ilhas do arquipélago, trazendo o poeta ao quotidiano dos açorianos. No nº 5 da revista literária Grotta – Arquipélago de Escritores, foi publicado um excerto da correspondência entre Pedro da Silveira e Armando Côrtes-Rodrigues.

O Instituto Açoriano de Cultura prepara uma Edição do Centenário em dois volumes, a poesia reunida numa edição revista, e uma antologia de prosa, organizada por Vasco Rosa, a ser lançada em Setembro próximo, com o apoio da Câmara Municipal das Lajes das Flores e do Governo Regional. No âmbito do SMOG poesia, no passado mês de Março, houve uma difusão da poesia em parceria com a RTP/ RDP Açores.

O Município da Lajes das Flores tem levado a cabo uma série de atividades comemorativas, tendo publicado uma Minha Pedra da Vida. Antologia breve e para todos, organizada por Vasco Rosa.

Placas de homenagem foram já fixadas na casa em que o poeta nasceu, na Fajã Grande, da Ilha das Flores (a 2 de Abril passado), e no prédio de Lisboa em que viveu por quase quatro décadas (a 4 de Setembro de 2021).

Além disso, um filme documentário sobre a biografia de Pedro da Silveira será em breve estreado na televisão.

A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro organiza a exposição “Pedro da Silveira: da Casca ao Cerne”, patente ao público entre os dias 20 de maio e 30 de dezembro de 2022. “A exposição visa divulgar documentação manuscrita, impressa e iconográfica que a BPARLSR tem à sua guarda, na sequência de doações efetuadas pelo próprio escritor. Os visitantes da exposição poderão consultar uma seleção de livros da biblioteca de Pedro da Silveira, alguns deles autografados; primeiras edições de monografias da sua autoria; originais de estudos e recolhas que efetuou; trabalho de carácter etnográfico, particularmente relacionado com a sua ilha natal, as Flores. Está previsto um vasto conjunto de iniciativas neste âmbito até ao mês de dezembro. No dia 21 de maio, às 15h, realizar-se-á um colóquio sobre Pedro da Silveira, dividido em dois painéis de debate, com Vasco Pereira da Costa, João de Melo, Rosa Goulart, Vasco Rosa, José Reis Leite, Ana Cristina Gil, Vamberto Freitas, Manuela Meneses e Leonor Sampaio.”

Estas comemorações centenárias contam também com o Alto Patrocínio de sua excelência o Presidente da República Portuguesa, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.