Arquipélago de Escritores vai ter eventos ao longo de todo o ano
A partir de 2024, o Arquipélago de Escritores vai desenvolver a sua programação ao longo de todo o ano e com o objetivo de chegar às nove ilhas. Escritora franco-marroquina, Leila Slimani, realiza em fevereiro uma residência literária em São Miguel
Com eventos em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada nos próximos dias (ver caixa) o Arquipélago de Escritores, que nasceu como festival literário, mas está a evoluir para um formato mais abrangente, pretende a partir de 2024 desenvolver a sua programação ao longo de todo o ano e com o objetivo de chegar às nove ilhas dos Açores, em vez de se concentrar numa altura específica ou apenas nas ilhas com mais população.
Conforme afirma em declarações ao Açoriano Oriental o diretor do Arquipélago de Escritores, Nuno Costa Santos, este formato alargado “bate certo com a designação de Arquipélago de Escritores, que vive todo o ano e se realiza através das suas várias possibilidades”.
Em nota de imprensa, o Arquipélago de Escritores revela que a primeira atividade a desenvolver em 2024 será uma residência literária da escritora franco-marroquina, Leila Slimani, que irá decorrer na ilha de São Miguel durante o mês de fevereiro.
Autora de livros como “Canção Doce”, “O País dos Outros” e “O Perfume das Flores à Noite”, Leila Slimani já venceu o mais prestigiado prémio francês – o Prémio Goncourt e integra o júri do prestigiado Booker Prize, o prémio mais importante do universo literário anglo-saxónico.
Sobre a aposta do Arquipélago de Escritores nas residências literárias, Nuno Costa Santos afirma que “os Açores são excelentes para qualquer escritor, de qualquer nacionalidade e de qualquer género escrever durante um tem-po, afastado do ruído”.
Questionado sobre o novo formato estendido ao longo do ano do Arquipélago de Escritores, Nuno Costa Santos afirmou a título de exemplo que, a partir do próximo ano, “podemos ter uma conversa em março, uma residência em junho, uma exposição fotográfica em setembro e a edição de um livro em dezembro, numa ideia de que o Arquipélago de Escritores é um arquipélago de todo o ano e é um arquipélago mesmo, não é uma ilha ou outra”.
O objetivo é, por isso, chegar a todas as ilhas quando isso for possível, podendo este evento vir partilhar inclusive no futuro o seu programa com outros arquipélagos com quem os Açores têm afinidades, de que é exemplo Cabo Verde, com quem o Arquipélago de Escritores já desenvolveu contactos.
Criado há cinco anos, o Arquipélago de Escritores começou em São Miguel e expandiu-se posteriormente para a Terceira, tendo tido já um acontecimento no Corvo, com a residência literária do escritor André Tecedeiro, da qual resultou a publicação de um livro de poesia.
Em nota de imprensa, o Arquipélago de Escritores refere que a sua missão “continua a ser a celebração da tradição literária açoriana, de ontem e de hoje, e fazer dos Açores um lugar anfitrião das mais diversas literaturas e de outras artes, vindas de todas as partes do mundo”.
Nas suas várias edições, o Arquipélago de Escritores já incluiu conversas com escritores e outros artistas, encontros com leitores, homenagens, visitas a escolas, concertos de música, leituras encenadas, performances, espetáculos de teatro e sessões de cine-ma, “partindo sempre dos livros para se falar da vida, tendo como objetivo promover o convívio cultural, a troca de ideias e promover, de modo informal, o gosto pela leitura”, refere ainda o Arquipélago de Escritores em nota de imprensa.
Conforme explica Nuno Costa Santos, “de um conceito mais clássico de festival, temos crescido no sentido de acrescentar novas áreas de criar experiências literárias”.
Recorde-se que já participaram no Arquipélago de Escritores nomes como Siri Hustvedt, João de Melo, Gonçalo M. Tavares, Teju Cole, Pedro Almeida Maia, Matilde Campilho, Joel Dicker, Onésimo Teotónio Almeida, Katherine Vaz, Luísa Ribeiro, Salvatore Scibona, João Pedro Porto, Dulce Maria Cardoso, Afonso Cruz, Richard Zenith e Diana Marcum.
Em seis edições, o Arquipélago de Escritores homenageou ainda autores açorianos como Emanuel Jorge Botelho, Álamo Oliveira, J.H. Santos Barros, Vamberto Freitas, Vasco Pereira da Costa e Mário Machado Fraião.
Fonte: Açoriano Oriental, 6 de dezembro de 2023